quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Tempo

Eu queria escrever versos ou poemas hoje, não consigo. As palavras melódicas escaparam-me entre os dedos antes de um simples toque no teclado, antes que eu percaba não tenho versos mais para escrever.

Talvez bem tarde eu tenha entendido que não posso lutar contra minha própria natureza.
- Apareceu ali, à esquerda do meu peito, onde escuto palpitar minhas emoções mais profundas: minha própria imagem a mirar-me, com aspecto de julgamento, frio, duro. E eu cedi. Cedi ao olhar crítico do meu próprio ego, oh, que tola fui!
Quis me enquadrar de um modo bonito, emoldurar-me em madeira de lei, ser nobre e aceitável, e o que sobrou? Sobraram traços explícitos de uma devastação, queimadas semelhantes às feitas em florestas, sinto-me acinzentada como o verde das seculares árvores nesta triste situação.
Afortunado seja, porém, meu destino e minhas raízes, por mais que tenha me negado todo este tempo sombrio a hora de metamorfose chega. Eis que me vejo borboleta, eis que me vejo fênix, eis que me enfeitiço, desabrocho, assumo meu papel...
Toco a lua em todos os meus sonhos, que significados serão que encontrarei? A Noite me abraça e já sou tão diferente do que fui.Mas continuo a escutar o vento, sentir ele no meu rosto, na minha pele, nas minhas veias, quase como se fossemos um.

De novo voarei, aguarde meu pouso que logo voltarei, espero que o meu retorno seja sereno e tranquilo...

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