quarta-feira, 7 de novembro de 2012

O destino veio e passou por nós,
virou vento, virou pó.
Os nossos sonhos ficaram ocos,
nossos sonhos que eram tão poucos...
Uma linha fina que se tece
levaria até o horizonte,
a cada passo tão mais distante,
e eu tropeço na utopia.
São tantas dúvidas que restaram hoje...
Das tantas certezas que me habitaram um dia,
E eu aqui em meio ao caos.
Sem raízes,
Sem frutos,
Só.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Quando meus óculos ainda não tinham quebrado.
Enquanto o dia ainda não raiava.
Em um tempo que bastava que eu sentisse o vento no rosto para saber o que estava acontecendo ao meu redor.
Foi a muito tempo, e foi ontem.
Eu me achava mais esperta... Tão altiva, tão sagaz... Tão boba.
Sou tão fútil e tão comum como todas outras pessoas.
Não sou mais forte que ninguém, na verdade, derrubo mais lágrimas por motivos infantis que qualquer um.
Tão previsível e suscetível.
Caminho muito rápido e acabo engolindo meus próprios passos.
A noite vem chegando e no escuro turvo chego a confundir as árvores.
Eu só quero me olhar e enxergar um pouco mais de mim.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Caixas empilhadas na sala,
Lugar de destino à espera.
Mais uma mudança, mais uma caminhada.
Tijolos a vista na entrada, um pouco de cupim nas janelas, mais lembranças a transportar...
O que me espera a partir dos próximos dias?
O que importa é que hoje chove
e de alguma forma misteriosa a chuva sempre limpa tudo,
apaga provas, torna-se álibi, renova emoções.
O que importa é que hoje chove
e sempre que chove meu coração umedece de sentimentalismo,
pelo menos dessa vez eu terei onde encostar a cabeça e sentir um doce afago;
Ainda busco a intemporalidade...

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Retrato

Aquele meu reflexo, me imita sempre sempre...
e quando cansa, simplesmente me ignora.
eu mergulho na minha própria insensatez:
de querer ver-me, de não querer encarar-me.
Não eu não preciso de ninguém que queira me entender!

terça-feira, 6 de outubro de 2009

É incrível como dias cinzas são inspiradores. Tempestades como as de ontem também.
Ao mesmo tempo que são pertubadoras, e talvez por isso me criem ansiedade e me façam vomitar palavras. Não que alguém queira ouvi-las, ou que alguém irá vê-las.
As palavras que eu jogo para fora poderiam morrer em mim, ou poderiam sair como cachoeira de meu olhar, eu poderia expressá-las no meu próprio silêncio, eu poderia tentar explicá-las à mim mesmo.
Prefiro não me explicar, não pedir licença, talvez às vezes um pedido de desculpa, não é o caso, a ninguém devo desculpa, é só esse clima que inundou meu coração de cinza, por mais vermelho que eu carregue em mim, está tudo meio nublado hoje, está tudo calmo demais...
Amanhã provavelmente já mude.

domingo, 16 de agosto de 2009

O Tempo passa e consome as palavras.
Os versos que não foram escritos continuam a ser pensados.
Minha presença nula e uma reticência sobre um papel ainda branco.
E as cores chegam, e os sentimento preenchem todo o vazio.
Um outro dia eu apareço, e sopro um ar de permanência...

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Mais uma vez

A escuridão estabeleceu uma pausa. Silêncio nas palavras, vazio de frases. O cansaço prevaleceu e eu fiquei puramente estática. Cá estou eu, lutando contra inércia de minha mente, tentando provocar qualquer pensamento ou atitude que demonstre criação. Mesmo que não seja notado. Por simples exercício.
Certa vez tive um sonho bonito, estava em um campo de girassóis, o céu claro encheu meus olhos e eu mergulhei no vazio branco entre o amarelo do campo. Tudo permaneceu assim até a manhã me chamar, despertei com a sensação de quem havia pisado em nuvens macias a noite inteira, levada por uma brisa que tocava levemente meu rosto. Girassóis me comovem, são flores que despertam um lado misterioso para mim. São tão coloridos e alegres, tão silvestres e radiantes.
Que sonhos virão em uma noite de lua cheia? Que estrelas contarei em uma noite de outono?
Como amanhecerei sem meus girassóis?