segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

À cobrar...

“Sua chamada está sendo encaminhada para caixa de mensagens e estará sujeito a cobrança após o sinal...”
Sempre existe algum sinal que nos avisa antecipadamente sobre as situações que desencadearão cobranças, algumas simples como 14 centavos o minuto, outras complexas, que perduram durante tempos e pesam em nossa responsabilidade.
No primeiro caso geralmente desligamos e deixamos para uma próxima vez, no segundo parecemos ignorar o sinal e persistimos mesmo sabendo que se segue para caminhos irreparáveis.
Sempre procuro porquês para tudo, talvez encontre mais interrogações que sorrisos...
Ainda sim prefiro sorrisos, expontâneos obviamente, e talvez um pouco de sarcasmo para ter graça em qualquer situação.

domingo, 21 de dezembro de 2008

Destino

Acabo de perceber mais uma vez como é a trilha da vida...


Não é algo que se prevê em cartas, se calcula em algarismos, se prepara em roteiros, se planeja em viagens. É muito mais complexo, muito mais instigante e angustiante ao mesmo tempo.
Talvez seja o efeito do sol, talvez seja as noites com vento, algo mudou de novo.
Eu tão calada me sinto, tão ensurdecida me sinto.
Em meio a tantos outros, ao mesmo tempo em meio ao nada: são como se fossem apenas vultos que finjem existir, e não me alcançam, e não me tocam, e não me afetam.
Tudo aquilo que desejava como verdadeiro, desprende-se denovo das minhas vontades ou de qualquer esforço que eu faça, não poderá ver-se como realidade!
E por quê? Se é assim que quer o "grande ser" que julga a imperfeição, eu o nego! Sou a morada de uma existência imperfeita, e acho sábia que seja assim, tantos eus dentro de mim, que a energia que emana é a mais concreta.
E se eu pedisse mais uma vez, a minha própria alma? Será que meu desejo seria concedido? será que meu espírito seria saciado? Será que algum dia meus pensamentos serão percebidos, por alguém? Ou por você.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Cor


Apenas mais uma, entre tantas, entre outras fotos...Nada de igual, nem diferente: apenas eu, apenas só.

Me repito, me nego, me refaço. Apago meus traços, me revelo num contraste, que realce a idéia, uma simples idéia de que eu ainda existo. Existo mesmo, não é mentira, sou de verdade - e tem vezes que até eu descrente de mim pergunto quem sou.

A resposta não vem assim, tão fácil, seria mais fácil comprender o que é liberdade do que saber ser livre. Assim que me escrevo, assim que me descubro, assim que me emudeço, assim que grito, assim anoiteço, assim... Eu de novo em mim, acordo pra dentro, grito pra fora, faço do meu jeito e pra terminar, ponho um ponto final: .

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Tempo

Eu queria escrever versos ou poemas hoje, não consigo. As palavras melódicas escaparam-me entre os dedos antes de um simples toque no teclado, antes que eu percaba não tenho versos mais para escrever.

Talvez bem tarde eu tenha entendido que não posso lutar contra minha própria natureza.
- Apareceu ali, à esquerda do meu peito, onde escuto palpitar minhas emoções mais profundas: minha própria imagem a mirar-me, com aspecto de julgamento, frio, duro. E eu cedi. Cedi ao olhar crítico do meu próprio ego, oh, que tola fui!
Quis me enquadrar de um modo bonito, emoldurar-me em madeira de lei, ser nobre e aceitável, e o que sobrou? Sobraram traços explícitos de uma devastação, queimadas semelhantes às feitas em florestas, sinto-me acinzentada como o verde das seculares árvores nesta triste situação.
Afortunado seja, porém, meu destino e minhas raízes, por mais que tenha me negado todo este tempo sombrio a hora de metamorfose chega. Eis que me vejo borboleta, eis que me vejo fênix, eis que me enfeitiço, desabrocho, assumo meu papel...
Toco a lua em todos os meus sonhos, que significados serão que encontrarei? A Noite me abraça e já sou tão diferente do que fui.Mas continuo a escutar o vento, sentir ele no meu rosto, na minha pele, nas minhas veias, quase como se fossemos um.

De novo voarei, aguarde meu pouso que logo voltarei, espero que o meu retorno seja sereno e tranquilo...