A cada passo, em cada traço,
me desenho e me desfaço.
Tenho uma longa busca por mim mesmo, que me perco em caminhos tortos, em imagens difusas na frente do espelho. Eu não espero compreensão e já não gasto mais meu tempo tentando encontrar um olhar que saiba como me sinto. Não, não é solidão, não é tristeza e não é anciedade, é simplesmente a constatação que nem sempre as coisas são como queremos, e que particularmente, no geral, nada é como eu quero.
Digamos que era pra me dar por satisfeita, estou onde muitos gostariam de estar, e onde por muito tempo achei que fosse o meu lugar, por que eu sempre quero mais? Por que eu sempre quero diferente?
Dois passos para traz,
Um passo para frente...
A figura no papel,
Está apagada novamente.
As respostas que ficam espostas no chão, parecem inalcansáveis, eu estou cansada, sonolenta e farta! Ontem fui obrigada a tirar os pés de casa para optar entre coisas que não desejava, votar em algo que não muda nada, simplesmente comparecer não opinar, ou melhor, minha opção foi anular. A minha cidade continua igual, os serviços prestados estão cada vez piores, e eu vou passando os anos como quem não não notasse nada.
E o rabisco feito parece a mim,
Passo final, ponto final, fim.