quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Insensato


O mundo adormece na inércia...
Em meio a pensamentos que não foram pensados,
entre falsas mentiras:
Pobres verdades que esqueceram de acontecer!
Nessa noite estrelada, sou consumida por sonhos,
A melodia segue, a canção palpita como a batida do meu rubro coração.
Tudo ainda é falta, tudo me é necessário.
Algo passou forte como o vento, abalou-me por inteira,
estremeceu as vigas da minha frágil construção.
Eu vejo neste mundo insólito, vejo coisas caírem de seus pedestais,
mal sabem que artíficios como este são dispensáveis.
Eu dispo-me dessas fantasias desconfortáveis e visto-me de deliciosa insensatez.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Um Passo

A cada passo, em cada traço,
me desenho e me desfaço.

Tenho uma longa busca por mim mesmo, que me perco em caminhos tortos, em imagens difusas na frente do espelho. Eu não espero compreensão e já não gasto mais meu tempo tentando encontrar um olhar que saiba como me sinto. Não, não é solidão, não é tristeza e não é anciedade, é simplesmente a constatação que nem sempre as coisas são como queremos, e que particularmente, no geral, nada é como eu quero.
Digamos que era pra me dar por satisfeita, estou onde muitos gostariam de estar, e onde por muito tempo achei que fosse o meu lugar, por que eu sempre quero mais? Por que eu sempre quero diferente?
Dois passos para traz,
Um passo para frente...
A figura no papel,
Está apagada novamente.
As respostas que ficam espostas no chão, parecem inalcansáveis, eu estou cansada, sonolenta e farta! Ontem fui obrigada a tirar os pés de casa para optar entre coisas que não desejava, votar em algo que não muda nada, simplesmente comparecer não opinar, ou melhor, minha opção foi anular. A minha cidade continua igual, os serviços prestados estão cada vez piores, e eu vou passando os anos como quem não não notasse nada.
E o rabisco feito parece a mim,
Passo final, ponto final, fim.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Emergir ou Afundar?




A contradição se pôs em mim, vou e venho simultaneamente.
No momento em que mergulho nessa ampla escuridão, vejo-me sobrevoar num claro céu varada de luz.
Onde se encontra a linha tênue que separa o ato entre emergir ou afundar!?
Óh, que arrogante inocência esta de tentar encontrar resposta em um mecanismo que só nos refletirá em perguntas!
Que poder frágil o que temos sobre nossos pensamentos:
Não pensamos somente o que queremos, o pensamento acaba na prática por traduzir o que sentimos. Não adianta desejarmos não sentir, muito menos não desejarmos mais pensar, pois nesse exato momento já o fizemos, já sentimos e já pensamos...
Morte ou vida da contradição: Sou sentido e pensamento, onde guardo a razão?!



quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Principio:

Se não fosse desejado que se descobrissem minhas palavras e alguma opinião fosse feita sobre as mesmas, não haveria sentido nenhum em mostrá-las a alguém, mesmo um estranho, ou mesmo um amigo... Simplesmente as guardaria para meu próprio desfrute ou desapego, protejeria com meu peito ou vomitava-as em uma lata de lixo qualquer.
O princípio sempre lembra a inquietação semelhante ao fim, e eu me arrisco neste nebuloso início como que já passou pela Primeira vez.