Dê-me algo imutavelmente verdadeiro:
Como o orvalho da manhã,
Como as pálpebras que pesam e põe-se a sonhar durante a noite calma.
E se não conheceres essa realidade que proponho,
Siga meus passos tristes e aflitos,
Que te mostrarei o segredo frio e belo
Do amanhecer que brota e acaba por despertar-nos:
Eu não desejava assim,
Queria que a noite perpetuasse...
Pelo menos para que eu pudesse contar-te tudo o que vejo
Naquele momento doce que meus olhos encerram-se com teu beijo
E que meu corpo acende-se para a vida.
Já que não tenho coragem suficiente para falar-te,
Escrevo essas palavras que oram, pedindo-te novamente,
Por aquela fatalidade feliz que é teu beijo,
Por aquele encanto vibrante que é teu amor...
E se essa for a verdade imutável que procuro,
Então, poderei deleitar-me no sono profundo,
Tocar a superfície úmida da minha consciência,
E depois disso, talvez acorde feliz.
O Alfaiate
Há 7 anos